As conexões do cinema com a criação publicitária
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fevereiro 13, 2020

Criação Publicitária

Por Guilherme Lopes

A indústria do cinema tem grande importância para a economia. Somente no ano de 2015, Hollywood lucrou, aproximadamente, 11 bilhões de dólares. Vivemos em um período em que o investimento em publicidade e merchandising se tornou fator decisivo na maioria das produções de filmes e series. Com números tão exorbitantes, o cinema transformou-se em uma das fontes mais importantes para o meio publicitário, já que traz uma vasta bagagem de conteúdo para alimentar e influenciar o cérebro das mentes criativas, potencializando, assim, a comunicação com o público-alvo.

A sétima arte, por exemplo, é explorada com muito afinco pelos criativos. Ela está recheada de “pedras preciosas” que se manifestam como: músicas, figurinos, personagens, diálogos, etc. Esses elementos podem ser apropriados tanto de forma implícita, quanto explícita. As peças buscam soluções criativas que atraiam o público desejado e que façam algum sentido dentro da proposta. Ou seja, quanto maior a conexão do público com a peça, melhor o engajamento. E para uma comunicação publicitária ser persuasiva, basta ela ser criativa!

As ideias surgem a partir do que já foi feito

Rogério Covaleski cita que muitas campanhas se inspiraram no cinema, reconstruindo cenas clássicas:

  • Como a cena em que a saia da atriz Marilyn Monroe é levantada pelo vento, no filme O Pecado Mora ao Lado, de Billy Wilder. Essa cena foi recriada pela Snickers em uma de suas campanhas: no filme, Willem Dafoe interpreta a atriz em um dia de fúria no meio das gravações da clássica cena, deixando todo o charme de lado e utilizando de uma linguagem voltada para o humor. O resultado foi fascinante, afinal, é o Willem Dafoe vestido com as roupas da Marilyn Monroe!
  • Um caso interessante é a de uma agência sul-africana, chamada Hero. Vamos contextualizar – a África do Sul está entre os países que mais comete feminicídio no mundo; e a Hero desenvolveu uma campanha voltada para o tema. Por se tratar de algo tão delicado e pesado, eles resolveram utilizar de uma abordagem mais dura e direta, pegando como referência os filmes de terror/horror dos anos 80 e 90. Clássicos como Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e Psicopata Americano, eles fizeram uma ponte para o tema abordado, adaptando os títulos e colocando no lugar dos tradicionais “vilões” os rostos de homens que cometeram tais crimes. Uma analogia muito bem estruturada.
  • E dentro da própria cultura pop, Mad Men, uma das séries mais premiadas de todos os tempos, e que, inclusive, fala sobre nós, publicitários, aborda no episódio três, da quarta temporada, uma situação muito comum no nosso meio: um cliente que tentava vender seu produto, um refrigerante diet, com a ideia de pegar como base a abertura de um filme da época, Bye Bye Birdie (1963), e replicar a música cantada pela atriz Ann Margret, só que com alterações na letra, remetendo ao produto que estavam vendendo. Inclusive, a ideia era colocar a própria Ann para cantar a música, mas como não conseguiram, acabaram contratando uma modelo muito parecida.

Em uma abordagem mais local, aqui na BeBold já desenvolvemos diversas peças utilizando desse repertório. Como uma peça desenvolvida para o GEP Rio Preto e Região, um Grupo de Estudos de Psicanálise, no qual pegamos como referências os filmes do diretor M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido e Fragmentado). Ou, ainda, na campanha “Vamos Fazer História”, da GVC, no qual exploramos os universos medievais fantasiosos de Tolkien (O Senhor dos Anéis) e George R.R. Martin (Guerra dos Tronos).

A conclusão é simples: todo mundo tem um filme favorito!

É impossível encontrar uma pessoa que não goste de filmes, afinal, eles estão presentes ao longo de toda nossa vida. Marcam desde a infância até a vida adulta. E fazer essa abordagem no meio publicitário é um modo de criar conexões com o público, tornar a compreensão da peça mais simplificada e, em alguns casos, até gerar mais interesse. Mas é claro que tudo deve ser mediado, existem casos no qual a fusão do cinema com publicidade não rendeu bons resultados. Inclusive, a sétima arte é muito debatida entre nós, BeBolders! Adoramos um bom filme e estamos sempre antenados às novidades. O que é crucial para alimentar nosso repertório e, quase sempre, dar boas risadas!

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